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Audiência pública sobre mortes de recém nascidos em Caxias vira ópera do malandro! “Vamos falar sobre o extraordinário trabalho na Carmosina Coutinho”, diz secretário de Saúde.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Vinicius Araújo disse que o trabalho na 
Carmosina Coutinho “é extraordinário”
Um ato midiático para negar calamidade na Maternidade Carmosina Coutinho foi o que se transformou a audiência pública convocada as pressas para tentar esclarecer sobre o que está acontecendo na unidade de SAÚDE de Caxias nesta quarta-feira, 26.

Cerca de uma hora antes do início da audiência pública, chega no prédio da Câmara o marqueteiro do deputado eleito Humberto Coutinho, CARLOSAlberto, escoltando o secretário de saúde, Vinicius Araújo. Quando o avistei, pensei com meus botões que aquilo não poderia prestar, pois iriam fazer um espetáculo midiático, e não um ato de esclarecimento público.

De fato, antes da sessão, a mídia alinhada ao Palácio da Cidade já alardeava a “transmissão ao VIVO” do ‘evento’ na página da Prefeitura de Caxias na INTERNET.

Depois de passar um bom tempo “passando o texto” com o marqueteiro, Vinicius dirigiu-se a Câmara para prestar o tão aguardado esclarecimento sobre a Maternidade do município.

No destaque circulado em branco (a direita), marqueteiro 
CARLOS Alberto próximo a Paulo Simão numa 
área exclusiva dos vereadores
Para início de conversa, Vinicius abriu sua fala dizendo estar ali satisfeito pela oportunidade “de falar sobre o extraordinário trabalho na Carmosina Coutinho”, o que chegou a surpreender alguns PRESENTES.

Apresentando dados num telão, Vinicius contestou os números apresentados pelo CQC da Band e tratou as denúncias feitas pelo PROGRAMA da emissora paulista como “infundadas e irresponsáveis”.

LOGO de cara, Vinicius alegou que desde a ascensão da governadora Roseana Sarney, em 2009, a Maternidade Carmosina perdeu recursos, estimados por ele em R$ 300 mil reais mensais e que desde então teria sido o motivo para o “desmantelamento e interrupção do excelente trabalho”, numa contradição com o início da sua apresentação, que afirmava que “faz” um extraordinário trabalho na Carmosina Coutinho.

Telão e transmissão AO VIVO eram a garantia de 
que tudo seria um espetáculo de mídia
O secretário disse também que o número de óbitos apresentados pelo CQC de 1 óbito para cada 3 nascimentos, “não EXISTE”.

Um déficit de 92 funcionários, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e outros na Maternidade caxiense EXISTE e deve ser sanado no próximo ano, onde promessas de parcerias com o governo do Estado devem ser efetivadas, prometeu Vinicius.

Alegando o tempo todo que a problemática era por conta da falta de recursos, e enfatizando a perda da verba de custeio do governo do Estado, o vereador Fábio Gentil foi ao X da questão: “o governo alega que é falta de recursos e cita a perda de R$ 300 mil reais do governo do Estado, mas esse recurso EXISTE na Prefeitura de Caxias, só que é direcionado ao gabinete do prefeito Léo Coutinho, que custa R$ 285 mil reais por mês”, revelou Fábio numa clara demonstração de falta de sensibilidade política da atual administração.

Benvinda Almeida trouxe ao debate a maior reclamação existente hoje em toda a rede no atendimento as gestantes, a de que desde o pré-natal até chegarem na Maternidade, são enfermeiras que fazem todos os procedimentos.

A oposicionista Taniery Cantalice foi dura na sua fala abordando ao secretário o descaso existente na rede de SAÚDE de Caxias e a grosseria feita por alguns profissionais, que, segundo ela, “são uns carniceiros”, devido a forma que tratam os pacientes.

Os demais vereadores fizeram suas perguntas, sendo que aos membros da Comissão de Saúde da Câmara foi possibilitado um número maior de perguntas.

Na área reservada aos vereadores no auditório da Câmara, ficou estabelecido que ali só poderia CIRCULAR apenas assessores e funcionários da Câmara. Quebrando a regra estabelecida pela presidente Ana Lúcia Ximenes, o marqueteiro Carlos Alberto, que não é funcionário da Prefeitura, e muito menos da Câmara, ficou a audiência toda ao lado do RELATOR da Comissão da Saúde, vereador Paulo Simão.

A todo momento o marqueteiro falava no ouvido de Paulo Simão e dirigia-se em seguida ao secretário Vinicius Araújo fazendo o mesmo, caracterizando que ditava as perguntas para o relator da Comissão e corria para o secretário para ‘entregar’ a pergunta, ou ainda mesmo ditar a resposta.

Os vereadores governistas fizeram perguntas ao secretário. Algumas buscando esclarecer os problemas relatados pela imprensa, outros participando da ópera do malandro orquestrada pelo governo.

Ao FINAL, a presidente Ana Lúcia fez suas considerações por aquela audiência pública. “Feliz por mostrar o trabalho da Comissão da SAÚDE e da Câmara de Vereadores”, manifestou-se a parlamentar acrescentando que “é a comunidade que ganha”. “Não aceitamos aqueles que dizem que esta CASA não trabalha e não faz nada”, continuou a presidente finalizando “parabenizando a todos e é nossa Caxias que ganha”.

Vamos lá.

Pelo visto, não existe calamidade na saúde de Caxias e as dezenas de mortes na Maternidade Carmosina Coutinho ou não existem, ou estão fazendo tempestade num copo d’água, pois as mortes não passam de estatística.

A dor de dezenas de mães que perderam seus filhos nada mais é que exagero e exploração política de “um assunto sério”.

Aliás, seriedade foi uma CONSTANTE em todos os discursos governistas, assim COMO a tentativa de demonizar quem fez as denúncias, que logo no início foram tratadas pela presidente Ana Lúcia COMO “supostas denúncias”, ou seja, elas existem, mas só como suposições.

Vinicius Araújo tratou a administração da Maternidade Carmosina Coutinho como “um trabalho extraordinário”.

Pelo que se viu no “evento midiático”, as mães que apareceram no programa Custe o Que Custar da BAND, são atrizes ou ainda mães ingratas que perderam seus filhos na Maternidade por conta dos desígnios de Deus e não reconheceram “o bom atendimento” que receberam enquanto estiveram lá.

No decorrer do dia teremos uma mídia governista tratando a audiência pública como o fim de todos os problemas na saúde, ou melhor, que esses problemas nem existem e que tudo não passou de “intriga da oposição”.

Felizmente não vivemos no mundo da fantasia como tentaram mostrar, pois a dor de quem perdeu seu filho não acaba com propaganda e nem com a negação da realidade.

No último FINAL de semana, uma gestante, moradora do bairro Cohab, que fez seu pré-natal todo em Caxias, teve seu filho na Maternidade Carmosina Coutinho. O parto foi uma cesariana e, por mais incrível que possa parecer, o recém nascido teve seu fêmur fraturado ao nascer.

Se perguntado na audiência pública sobre isso, provavelmente teríamos algumas espetaculares versões: a criança se debateu muito no útero da mãe; a mãe deve ter sido espancada pelo esposo; ela sofreu algum acidente de trânsito ou mesmo doméstico.

Estamos diante de um governo que não aceita seus erros, ou melhor, eles não existem, são apenas intriga da oposição.

Cada povo com o governo que merece.

Fonte: Blog do Sabá.

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