Passeata em protesto contra a violência e assassinato de mulher. Crime passional em Caxias [MA] |
O homem traz na sua natureza o
rastro da violência. Já nos primórdios da criação, temos o relato
bíblico de um homicídio ocorrido em família: um homem chamado Caim mata o
seu irmão Abel. Se refletirmos nos motivos de Caim para cometer tamanha
crueldade, chegaremos à seguinte conclusão: pessoas movidas pelo
egoísmo e pela inveja são capazes de fazer coisas que fogem à lógica e à
compreensão.
Dessa forma, como analisar o
perfil de um homem que mata, de uma maneira covarde, a ex-esposa diante
dos próprios filhos? Que tipo de pensamento havia em sua mente? Apenas
um: “se não vai ficar comigo, não ficará com mais ninguém”.
Um sentimento egoísta que faz com que ele não aceite a felicidade
daquela que, por seus motivos, não o quis mais como companheiro.
Há poucos dias, um marido
totalmente descontrolado matou a jovem esposa, Sayara Campos, com várias
facadas. Ela tentou escapar ao sair correndo, mas não adiantou. Foi
morta no fundo do quintal da casa que dividia com o criminoso, diante
dos vizinhos que ouviram os gritos desesperados da indefesa mulher, mas
que nada puderam fazer para livra-la do assassino. Esse foi mais um de
tantos crimes terríveis cometidos em nome de uma paixão insana que
alguns insistem em chamar de amor. Segundo relatos, eles moravam juntos e
brigavam muito.
Vingança, traição, separação, não
importam os motivos. Nada justifica tanta maldade materializada nesses
atos criminosos. Toda semana acompanhamos nos jornais pelo menos um caso
de crime passional. A pergunta é: até quando isso vai continuar?
Infelizmente, muitas mulheres se submetem a um homem agressivo por
dependência econômica ou emocional. Apanham, são humilhadas e não
reagem. Algumas suportam pelos filhos, outras porque têm a esperança de
que o companheiro mude e há aquelas que sentem medo de buscar ajuda e,
por isso, sofrem caladas.
Nenhuma mulher deve se calar
quando sua vida está correndo risco. Uma pesquisa do DataSenado sobre
violência contra a mulher constatou que 99% das brasileiras já ouviram
falar da Lei Maria da Penha, que é um dispositivo legal que visa
aumentar o rigor das punições em caso de agressões contra as mulheres
quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. E esse número inclui
todas as classes sociais. Apesar disso, mais de 13,5 milhões de mulheres
já sofreram algum tipo de agressão. Dessas, 31% ainda convivem com o
agressor e 14% continuam sofrendo agressões. Em termos de Brasil,
estima-se que 700 mil ainda sejam alvo de agressões, de acordo com a
mesma pesquisa. Isso é estarrecedor. C
Que Deus abençoe e proteja todas as mulheres.
Fonte: Blog do Irmão Inaldo.
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